As pipocas de Deus

Ontem eu estava prendendo o cabelo da Bia pra ela ira para a escola e lá veio ela com uma daquelas perguntas que só ela mesmo pra fazer:
'Mamãe, quando eu ficar velhinha, morrer e for para o céu, posso pedir pra Deus estourar pipoca pra mim quando eu chegar lá?'
...
Fiquei pensando, tentando ser uma mãe sábia... e respondi: 'Sim, Bia, pode pedir sim, o céu é maravilhoso e Deus também'.

Mas no fundo, duvidei, não tive fé suficiente pra acreditar que Deus ia estourar pipoca pra minha filha no céu. Não por desacreditar no Seu poder, mas por pensar que talvez fosse uma coisa tão pequena, pipoca no céu, pra que né?

Ainda bem que Deus é lindo, bom e paciente e foi me mostrando depois que, na verdade, Ele já faz isso todo dia.

Lembrei da viagem pra Buenos Aires, dos passeios que fizemos, das comidas deliciosas que pudemos experimentar, do ar diferente que pude respirar, do bom hotel, dos detalhes que sei que foram cuidados por Deus. Pensei também em tantas coisas que não são NECESSIDADE, mas que, pela sua graça e amor, Ele nos dá. Sempre antes de comprar alguma coisa, gosto de pensar se é só vontade ou é necessidade e, nos últimos dias, tenho sido tão abençoada com coisas que vão muito, muito além do que seria somente necessário.

Deus tem me dado pipocas todos os dias, porque Ele é pai amoroso, cuidadoso e se importa com os nossos detalhes. Apesar da minha falta de fé, apesar de achar que é pedir demais uma pipoca quentinha no céu, Ele me dá, pela Sua bondade.

Não teria palavras pra agradecer como Deus tem sido bom, misericordioso e dado, muito além do que eu precisaria para viver. Não apenas em mimos e coisas palpáveis, mas em amizades que me acrescentam, em convivência com pessoas querida, em abraços, ligações e carinho.

Agradeço à Bia por me lembrar, em sua fé infantil, que Deus pode tudo, inclusive dar uma pipoquinha pra ela quando ela chegar no céu.


Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios.
Salmos 103:2

O DONO da pastinha azul

Ganhamos de presente duas semanas de férias do Bruno, deliciosas férias fora de época, mas exatamente na hora que precisávamos. Agora, de volta à rotina e à correria, fiquei na dúvida do que escrever, não por falta de assunto, mas pelo tanto que aprendi e tenho a dizer sobre essas semanas. Achei melhor começar pelo que seria o primeiro dia das nossas férias, que teriam seu início na Argentina, Buenos Aires.

Lá estava eu, almoçando pra logo em seguida pegar o vôo em Guarulhos, o vôo das 6 da noite. Eu, rainha-da-oragnização-com-a-pasta-na-mão, cheia dos papéis, roteiros e afins. Fui dar uma última checada no horário do vôo e.... o vôo saía dali a meia hora. SIIMMMM, eu tinha visto o horário errado, o vôo saía às 3, não às 6. Essas três horas mudaram não apenas TODOS os planos de ida e volta (com a Gol, com o hotel, com todo mundo que estava envolvido), mas me mudaram num lugar bem mais pessoal: no orgulho, no controle.

O que resolveu minha pastinha azul toda organizada, anotada e controlada? Absolutamente nada, porque na hora do meu erro, todos os outros planos tiveram que ser reorganizados, como que do zero novamente. Além de aprender que meu marido, minha filha Bia, meu sogro e minha sogra são extremamente compreensivos e doces, aprendi que preciso antes me olhar, antes de julgar ou de acusar. Não sei se minha atitude teria sido igual a deles, mas hoje oro para que sempre seja, independente do alvo da minha ação.

Lição 2: a mais preciosa de todas - Tatiana, você não é tão boa assim querida, você é simplesmente uma pessoa que acha que controla alguma coisa com uma pasta azul na mão mas, no fundo, não controla nada, nem deve se orgulhar por se achar mais organizada e precavida do que os outros. ORGULHO e CONTROLE, exatamente as duas coisinhas escondidas e tão enraigadas em mim. Bem aí, Deus mexeu, com toda sua precisão, cuidado e amor.

Depois de remarcar o vôo para o dia seguinte, de perder minha passagem promocional de volta por 10 reais e reagendar as datas no hotel...., parei e me senti ridícula, por ter achado em algum momento que eu tinha controlado alguma coisa. Quero entregar, de todo meu coração, a pastinha azul pra Deus, junto com meu orgulho bobo, com meu controle inútil e fazer dessa entrega um compromisso diário e difícil, porque sei que vou ser tentada a querer a pasta de novo só pra mim!

A viagem? Ah, foi ótima, depois conto mais sobre ela. Uma coisa é certa, aproveitei muito mais cada minuto por saber que eu não estava controlando absolutamente nada e me entreguei nos braços de Deus nas ruas daquela cidade linda!

'Entrega teu caminho ao Senhor, confia Nele e ele tudo fará'. Salmo 37:5