quinta-feira, 17 de março de 2011

Espelho, espelho meu...

Fiquei pensando no que escrever hoje, porque sempre tenho vários assuntos pra escolher dentro de mim...

Resolvi escolher o que mais tem me incomodado, mesmo sem ser muito confortável falar sobre isso. Vamos lá, se imagine acordando de manhã, indo até o espelho pra escovar os dentes e,..., inevitavelmente, o espelho verá você e você, vai se ver. Imagine agora que você no meio de pessoas que, quase sempre, fazem com que seus defeitos (físicos, verbais, emocionais) sejam expostos como em espelhos de aumento de dermatologistas! Por último, imagine você tendo que colocar (de urgência, sem saber com antecedência) um biquíni e, nesses trajes, perambular na frente de pessoas que não são tão próximas e, como se não bastasse, na sua frente quando não está se sentindo confortável daquela forma.... Bom, terminei os exemplos pra resumir todos em uma palavra: INADEQUAÇÃO!

Tenho me sentido tão inadequada ultimamente. Inadequada porque não sinto que estou no peso que deveria estar, porque estou com espinhas onde não gostaria que estivessem, porque meus óculos me deixam com cara de velha, porque nem sempre a maneira como educo e cuido das minhas filhas está de acordo com a opinião pública, porque não consigo atender às minhas expectativas em relação a mim mesma, porque minha lista sempre aumenta, porque no fim das contas, ainda sinto que devo prestar contas. Sei que, no fundo, nada disso é bonito, nada disso é tão explicável ou racional.

Mas é exatamente onde as coisas não são racionais é que elas se tornam mais fortes, porque não conseguimos simplesmente pensar e controlar... não depende só disso.

Às vezes, me pego conversando comigo mesma:
- Mas por que você se preocupa com o que ela pensa? Por que a opinião dela conta tanto se nem somos tão próximas e nem acho que ela seja exemplo de vida pra mim?
- Como é possível um olhar me fazer sentir tão desconfortável, quando na hora que sai de casa estava me sentindo razoavelmente bonitinha e arrumada?
- Pra quem presto contas, afinal?
- Por que me torno tão vulnerável na multidão que, na verdade, nem percebe o quanto desestabiliza?

E, no final, quando termina o turbilhão de perguntas, quando me esgoto tentando pensar por que raios aquele outro ser consegue me descontrolar tanto, quando não tenho mais força pra me ADEQUAR... só me resta me entregar, ao único que, no fim de tudo, IMPORTA!

Gostaria que o caminho fosse mais fácil e mais curto ntre o meu sentimento de inadequação e minha entrega nas mãos de Deus. Mas, quase sempre, acaba sendo doloroso, porque luto comigo mesma antes de me entregar, ...

E assim, como um radar reajustando a rota do trajeto, me re-organizo, correndo de volta pro lugar de onde não deveria sair nunca: dos braços, da opinião e do amor de Deus. Que me aceita com espinha e de óculos, que me abraça nos meus dias de alergia até no pensamento, que me livra de mim mesma quando sou cruel além da conta com coisas que, na verdade, para Ele nem são tão importantes assim.

Ai Senhor, me ajuda a correr mais rápido pro QUE e PRA QUEM IMPORTA! PRA TI!


Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.
Salmos 46:1-3

No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.
1 João 4:18

Um comentário:

  1. Peka, mais uma vez Deus usando vc pra falar comigo! Quero ter uma vida de intimidade com o Senhor! Pois Ele e quem nos sustenta! Somos obra-prima do Senhor! Amo vc! Vc e linda! bjs grande!

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